Talvez possa parecer uma pergunta tola, mas é mais importante do que alguns profissionais pensam. Isto é algo que qualquer tradutor, revisor — ou, na verdade, qualquer pessoa que preste serviços linguísticos — deve perguntar a si própria regularmente.
O cérebro é como um músculo, por isso, como está a correr o seu treino? 😉
Pode ser um tradutor que está apenas a começar ou alguém que já trabalha no sector há muitos anos… Talvez até tenha a sua própria agência/equipa de tradução. Pode ser avassalador conciliar tudo nesta área profissional. Algumas semanas são melhores do que outras, num momento está a pensar que tem demasiado tempo livre e no seguinte está a suplicar que o dia tenha mais algumas horas.
Se não tiver cuidado, pode entrar nesta rotina de receber-fazer-entregar e, antes de se dar conta, esqueceu-se de exercitar o seu cérebro novamente!
Não namora com a linguagem… Está casado com ela!
Enquanto prestadores de serviços de línguas, os cursos de formação, workshops e materiais são essenciais para se manter actualizado com as informações mais recentes.
No entanto, não deve esquecer-se do básico: a escrita não só beneficia da leitura, mas desenvolve-se graças a ela.
Sim, pode limitar-se a tarefas de tradução ou revisão, talvez não se aventure pelo copywriting ou edição de textos mais elaborada, mas no fim de contas… está a escrever! Está a utilizar técnicas de escrita e a transformá-las em textos coesos e coerentes.
Quer goste ou não, não namora com a linguagem, está casado com ela! E, tal como acontece com a maior parte dos casamentos, requer compromisso e aprendizagem contínua, caso contrário torna-se insípido e fragmentado.
Ler livros é uma forma fantástica (e agradável) não só de exercitar o seu cérebro, mas também de fazer aquela “pausa” de que tanto necessita (mas que não se permite fazer com muita frequência).
Não leia géneros literários com os quais está familiarizado… Diversifique!
Considere ler um livro que normalmente não leria. Talvez não goste de romances… Dê-se a oportunidade de experimentar algo novo. Procure um bom romance e leia-o. Muito provavelmente vai chegar à conclusão de que não gosta do género, mas também há uma pequena possibilidade de realmente gostar!
Gosta daquelas histórias emocionais profundas ou talvez de enredos de fazer chorar as pedras da calçada? Considere ler um livro não ficcional. Talvez lhe dê sono, mas os nossos gostos também evoluem e talvez descubra um novo género de que gosta.
A ideia é empurrar o seu cérebro para fora da zona de conforto. Desafiá-lo e ajudá-lo a crescer e a desenvolver-se. Temos tendência a escolher coisas que já sabemos que gostamos. É raro aventurarmo-nos em mundos que “sentimos” que podemos não gostar ou que, no passado, não gostávamos. No entanto, as pessoas estão sempre a evoluir e as nossas competências profissionais devem seguir o exemplo.
Içar a âncora!
Pense nos géneros literários como ilhas e o leitor é o capitão do seu navio. Há quanto tempo está na mesma ilha, confortavelmente bebericando a sua Piña colada na espreguiçadeira, a acenar às gaivotas? Se é esse o caso, é chegado o momento de navegar rumo ao desconhecido e visitar outras ilhas!
Diferentes géneros literários podem expandir as nossas mentes e até mesmo ensinar-nos novas técnicas em descrições de conteúdos, estrutura frásica, copywriting, etc.
O seu cérebro será desafiado, pode resmungar consigo esporadicamente, mas se continuar a fazê-lo, vai colher mais benefícios do que imagina!
Num mundo que avança a um ritmo tão rápido, aqueles que continuam a desenvolver as suas competências, serão os fornecedores do futuro.
Por isso… Pergunto novamente: qual foi o último livro que leu?
E depois de responder, faça a si próprio a pergunta final: É tempo de zarpar para outras ilhas?
Eu diria: Já não era sem tempo! 😉
E então, vai aceitar o nosso desafio? Experimente começar por aqui:
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