O que é o plágio?
O plágio é uma prática bastante reprovável na qual uma pessoa copia indevidamente e de forma não autorizada o trabalho de outra. Trata-se de um roubo de obras, ou parte das mesmas, de carácter literário, científico ou artístico.
Não se trata apenas de apresentar o trabalho completo de outro autor como se fosse seu — copiar e colar ideias ou frases inteiras de outros autores sem citar a fonte também é plagiar, leia-se roubar. Tal como usar uma citação de um autor num texto escrito por si sem a colocar entre aspas e fazer referência ao autor ou fornecer fontes incorrectas para uma citação.
As citações e referências bibliográficas não apenas facilitam a localização e a identificação das publicações consultadas, como são também uma forma de evitar o plágio, permitindo distinguir claramente o nosso trabalho daquele que outros publicaram e podem reclamar como seu. Está a proteger o seu trabalho e o dos outros.
Citar as fontes de acordo com os princípios éticos de utilização da informação é uma imposição maioritariamente no domínio literário, científico, técnico e jornalístico.
Sejam curtas ou extensas, existem dois tipos principais de citação:
- citação directa — transcrever literalmente as palavras de um autor, exactamente com as mesmas palavras utilizadas no texto original
- citação indirecta — transmitir a ideia ou mensagem de outro autor mas pelas suas palavras (ou seja, é uma paráfrase)
Se trabalha com escrita de conteúdos, quer seja escrita criativa, copywriting ou até transcriação, certamente já escreveu sobre temas sobre os quais outros autores já escreveram e publicaram, e terá certamente consultado várias fontes para elaborar o seu texto.
Caso recorra à citação directa, independentemente de o conteúdo se encontrar protegido por direitos de autor, deve citar as suas fontes.
Não pense que parafrasear é apenas trocar uma ou duas palavras de lugar ou, numa citação mais longa, trocar algumas frases de lugar! A citação indirecta requer entendimento, interpretação e capacidade de expressão. É pegar no conceito e expressá-lo por palavras suas, reformulando-o completamente. Caso contrário, tratar-se-á sempre de uma citação directa adulterada.
O uso de frases de um terceiro traduzidas sem referência ao autor, porque fomos nós que as traduzimos, somos os autores da tradução, também constitui plágio. Não importa que o idioma de partida fosse outro e as palavras traduzidas sejam as nossas — a ideia original não era nossa e devemos dar crédito ao autor.
O plágio é considerado crime ao abrigo da lei portuguesa e é punível com até 3 anos de prisão e multa. 👮♀️
Porque acontece? 🤷
Muitas pessoas fazem-no simplesmente porque copiar é mais fácil e consome menos tempo. Mas existem outros factores que contribuem para o problema:
- Ausência de competências ou capacidade insuficiente
- Falta de respeito pelos outros e pelo trabalho de terceiros
- Falta de criatividade
- Facilidade de acesso à informação
- Prazos curtos com pouco tempo para pesquisar e muita pressão para entregar
Evite o plágio! O plágio prejudica…
Não deixe que alguém colha os louros por um trabalho que não é seu. Devemos respeitar o trabalho dos outros como gostaríamos que respeitassem o nosso.
Hoje em dia, todos escrevemos sobre tudo com base em algo que já foi enunciado, discutido e esmiuçado por outros. Mas sempre que usarmos citações de obras publicadas, devemos identificar os respectivos autores não só por respeito aos mesmos, mas também para demonstrar que realizámos um trabalho de investigação fundamentado em fontes fidedignas e para demonstrar a nossa conduta ética, a nossa responsabilidade e a nossa rectidão.
O plágio na Internet é, frequentemente, encarado de ânimo leve.
Porém, quem cria algo é o autor e proprietário daquilo que criou — seja um livro, um filme, uma peça de teatro, um quadro a óleo, uma escultura, um vestido, um medicamento ou um programa informático, ou seja um blogue, um website, um photoblog…
E não se trata apenas de propriedade intelectual, trata-se também de amor. Porque as ideias são geradas. E muitas vezes com sangue, suor e lágrimas.
O que vemos é apenas o resultado final. Não conseguimos ver todo o esforço que foi investido na criação daquela obra. É terrivelmente frustrante e insultuoso quando alguém rouba as suas ideias, as suas criações.
Roubaria uma carteira de cima da mesa de uma esplanada ou um automóvel de um parque de estacionamento só porque estavam ali?
Todas estas criações estão sujeitas a leis de propriedade intelectual e direitos de autor.
Copiá-las sem a autorização do autor é roubar.
Então, se se deparar com um caso de plágio, comente, denuncie.
Apócrifos
Actualmente, é “moda” publicar frases inspiradoras de grandes pensadores nos murais das redes sociais.
Infelizmente, muitas destas frases são atribuídas a grandes autores, clássicos e contemporâneos, que não são os seus verdadeiros autores:
Desde frases com erros ortográficos e gramaticais, passando por frases mal formuladas, “frases feitas” ou frases com um aroma a “cliché”, até frases escritas em português do Brasil atribuídas ao grande poeta Fernando Pessoa cuja obra, naturalmente, foi toda escrita em português de Portugal…
São os chamados “Apócrifos”, numa clara alusão aos evangelhos apócrifos.
Pense duas vezes antes de publicar uma citação atribuída ao autor X ou Y sem verificar primeiro se é realmente sua. Além de declarar publicamente que não conhecemos minimamente a obra daquele autor que estamos a citar, estaremos também a contribuir para que essa informação errada se vá disseminando, até que se torne viral.
E não, Fernando Pessoa nunca “construiu nenhum castelo com todas as pedras que encontrou no seu caminho”… 😂
Obviamente, podemos e devemos pesquisar, recolher e inspirar-nos em ideias de outras pessoas.
Faz parte do processo de escrita criativa (leia mais aqui).
Simplesmente, não devemos atravessar aquela fronteira tão ténue entre a inspiração e a apropriação.
Ou seja, “Não copie, inspire-se!“ (autor desconhecido 🤓😉)
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