Já reparou como, depois de uma semana de trabalho árduo, chega o fim-de-semana e, como se seguindo um calendário, surge uma daquelas enxaquecas incómodas ou o desconforto digestivo, ou as dores na coluna…?
#saude #hormonas #stress
Se, como eu, trabalhar numa área como as traduções, revisões ou copywriting, já trabalha há décadas diante de um ecrã, a teclar diariamente, e quando consegue tirar uns dias de folga (supostamente) para relaxar, é logo visitado pelas dores massacrantes da tendinite ou pela dor de cabeça das muitas horas passadas em frente aos ecrãs.
E quando finalmente está de férias, é brindado com gripes ou gastroenterites, ou dores difusas que nem sabe bem de onde vêm…!
Parece “mau-olhado”, não é verdade?
Quem é que “lá em cima” está decidido a não nos deixar descansar? 🙄
Coincidência horrível ou maldição? 🔮
Não, as dores não surgem magicamente como um mau-olhado ou um castigo, propositadamente para nos arruinar o tão merecido e almejado repouso.
Mas, com uma tal constância, não pode ser mera coincidência! Isso desafiaria toda a lógica. Então, porque acontece?
E se lhe dissermos que não — não é coincidência?
O que se passa é que as suas dores sempre estiveram ali. Simplesmente, não as percebia e não reconhecia que lá estavam.
No inglês, fala-se de leisure sickness (a doença do lazer), nome dado a uma suposta condição, mas não universalmente reconhecida, pela qual algumas pessoas desenvolvem sintomas de doença durante os fins-de-semana e/ou férias.
A leisure sickness afecta principalmente, aqueles que são caracterizadas como workaholics (viciados no trabalho). Mas não só! E não se trata de uma invenção, não é algo “fabricado” por mentes sensíveis!
Normalmente, se pensarmos em retrospectiva, quando acontece já o sentíamos há alguns dias: uma espécie de ameaça de garganta a “arranhar” pela manhã, um cansaço insidioso que surge de vez em quando…
Contudo, de uma forma inconsciente, decidíamos ignorar — como teríamos nós tempo para adoecer se temos aquela carga de trabalho à nossa espera no computador?
Afinal, temos terceiros que dependem de nós para cumprir prazos.
Não, nem pensar, é só uma impressão — afastamos esses pensamentos — não estamos a adoecer porque temos prazos a cumprir!
A semana segue o seu curso e, por fim chegada a Sexta-feira, uma pessoa adormece “a vender saúde”, e eis que acorda no Sábado de manhã com uma dor de garganta fulminante!
Está “oficialmente” doente, com aquele maldito resfriado ou aquela gripe que andam por aí, transportados no ar, e já não há como negar.
Já lhe aconteceu, certo? Intrigado? 🤒🤒
O suspeito do costume
O “culpado” é um nosso velho e infame conhecido: o stress!
A verdade é que o nosso corpo estava tão cheio de adrenalina até àquela manhã de Sábado em que parámos de trabalhar que, inconscientemente, não nos tínhamos permitido “ceder” ao facto de nos sentirmos mal.
Quanto mais distracções tivermos, quanto mais ocuparmos corpo e a mente, menos nos apercebemos dos nossos sintomas ou de que nos sentimos doentes.
Ao contrário, todo o tempo livre que temos na pausa do fim-de-semana ou das férias permite-nos finalmente perceber os sintomas que até então tinham sido reprimidos.
Estará provavelmente a pensar que é impossível não nos darmos conta de que estamos doentes.
Como é que uma enxaqueca ou uma garganta inflamada poderiam passar despercebidas?
Está a subestimar o poder do cérebro sobre o corpo!
O stress leva-nos a produzir hormonas, como a adrenalina e o cortisol, que nos permitem abafar temporariamente os sintomas para podermos continuar a funcionar.
A adrenalina estimula o sistema imunitário, enquanto o cortisol o suprime.
Quando as pressões do trabalho diminuem e nos sentimos mais descontraídos e relaxados, o nosso corpo já não necessita de produzir tanta adrenalina para nos manter constantemente no “modo Turbo”!
Simultaneamente, aumenta os nossos níveis de cortisol, enfraquecendo o sistema imunitário.
Mas as gripes, as otites, as gastroenterites, etc. são causadas por organismos vivos, bactérias ou vírus. 🦠🦠
Como poderíamos nós contrair uma infecção só porque as hormonas entraram em acção?
Pelo mesmo motivo: o processo de diminuição da adrenalina e a sua substituição pelo cortisol, vão “desligar” o sistema imunitário, a nossa barreira contra a doença, o que nos deixa especialmente vulneráveis a infecções.
Da mesma forma, no início de uma pausa, após um período de maior stress, podemos sentir-nos deprimidos! 🥺
O efeito de desilusão causado pela quebra da adrenalina e o aumento do cortisol, pode resultar no surgimento de sintomas como ansiedade, depressão e irritabilidade.
O mal-estar mental e emocional, por si só, é capaz de enfraquecer o sistema imunitário e deixar-nos mais susceptíveis à doença.
E nós, que fazemos teletrabalho, não somos imunes ao problema. De todo!
Não deixe de ler a segunda parte deste artigo onde aprofundamos o papel das hormonas neste cenário e oferecemos sugestões úteis para resolver o problema!
👉🏼 “Quase tudo volta a funcionar se o desligar por alguns minutos… Isso vale para si também.” — Anne Lamott
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