Em 1964, para descrever o fenómeno pelo qual a cultura mundial estava a encolher e a expandir-se simultaneamente devido à partilha instantânea da cultura originada pelo progresso tecnológico, o teórico dos media e da comunicação Marshall McLuhan cunhou o termo “aldeia global” . 🌍
Podemos dizer que a tradução desempenhou um papel importante neste fenómeno.
Claro que o mundo nem sempre foi uma aldeia global.
Um olhar sobre o passado
Historicamente, a tradução sempre teve um papel crucial na difusão do conhecimento, permitindo que diferentes povos, de diferentes idiomas, compartilhassem os seus conhecimentos e culturas.
A tradução remonta à antiguidade e tudo o que sabemos actualmente é fruto de uma amálgama de informações de diferentes culturas, transmitidas e traduzidas em muitos idiomas diferentes.
O primeiro tradutor de que há registo foi São Jerónimo, que viveu por volta de 400 A.D. 🤯
Natural da Dalmácia — a actual Croácia — viajou pelo mundo, passando por Roma, França e o deserto sírio até Belém, onde faleceu.
Era um monge com uma abertura de espírito considerável para a época, que coleccionava livros cristãos, mas também pagãos, e era um leitor e um estudante insaciável.
Tinha uma memória incrível que lhe permitia reter tudo o que aprendera nas suas viagens e leituras e era conhecido pelo seu intelecto excepcional, mas também por ser solitário e um pouco carrancudo!
São Jerónimo traduziu a Bíblia do hebraico e do grego para o latim, pelo que é conhecido como o santo padroeiro dos tradutores, arquivistas, bibliotecas e bibliotecários.
À data, traduziu com ferramentas como tinta e papel, apoiado por um cérebro excepcional e uma excelente memória… Seguindo os seus passos, a tradução manteve-se maioritariamente fiel aos textos religiosos, históricos e literários por longos anos.
Na verdade, a primeira ferramenta de tradução mecânica, que permitiu agitar as coisas, apenas foi introduzida séculos depois, em 1874: a máquina de escrever.
Curiosamente, o modelo de teclado QWERTY foi desenvolvido para as máquinas de escrever da década de 1870, mas continua a ser actualmente a norma para os teclados de computador.
Com efeito, as minhas primeiras traduções foram realizadas numa máquina de escrever electrónica Olivetti no final dos anos 80, o que possibilitou uma transição bastante suave para um pequeno computador Macintosh a preto e branco no meu primeiro emprego como secretária em meados dos anos 90! 😊
Nos anos 80, as máquinas de escrever já eram uma ferramenta indispensável na maioria dos escritórios comerciais, mas, também por volta dessa época, começaram a ser substituídas pelos primeiros computadores pessoais com software de processamento de texto.
No início de 2000, muitos lares já possuíam um computador pessoal e a maioria dos escritórios comerciais tinha abandonado a máquina de escrever e optado por um PC de secretária.
O segundo milénio foi uma época de progresso tecnológico incrivelmente rápido e insano… e o resto é história!
É certo que o progresso tem vindo a transformar as práticas e os mercados actuais… mas até que ponto?
Para saber a resposta, não deixe de ler a Parte 2 deste artigo sobre a evolução da tradução!
Se gostaria de saber mais, dê uma vista de olhos às nossas sugestões de leitura (em inglês):
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